Fisioterapia e Menopausa

Após a menopausa, com a diminuição dos níveis de estrogênios, há a aceleração de alguns aspectos do envelhecimento biológico. A grande redução na produção ovariana de estrógeno pode trazer conseqüências clínicas importantes como a atrofia urogenital e dérmica e, principalmente, pelo aumento do risco de osteoporose, doenças cardiovasculares, câncer colorretal, câncer de mama, degeneração macular, entre outras. Em Fisioterapia, é importante também destacar as repercussões sobre o controle postural, por exemplo, o declínio nas condições de equilíbrio que pode ocorrer na presença do hipoestrogenismo. A bexiga, a uretra e os órgãos genitais femininos são caracterizados pela abundância de receptores estrogênicos. Na menopausa ocorrem fenômenos atróficos devido à deficiência de estrogênio, o que fragiliza esses tecidos, assim como os tecidos vaginais e vulvares que se tornam menos vascularizados. A atrofia vaginal e a redução do seu tamanho podem levar ao prurido, lubrificação deficiente, dispareunia e uretrite pós-coital. Há um aumento a suscetibilidade a infecções pela elevação do pH vaginal.

Para a atuação fisioterapêutica, é importante ressaltar que o estrógeno é importante na manutenção da integridade do tecido conjuntivo pélvico. O hipoestrogenismo pode resultar em frouxidão dos ligamentos pélvicos, aumentando o risco de incontinência urinária de esforço e prolapso genital.
Para a mulher incontinente, é importante o ganho de força e resistência das musculaturas envolvidas. Para que esse ganho seja eficiente, deve estar em concordância com a seqüência de manutenção tônica e fásica da postura. Para um trabalho pélvico otimizado é importante realizar um trabalho segmentar de controle e de fortalecimento da musculatura do tronco em conjunto com a reabilitação dos músculos do assoalho pélvico.
E para a mulher que não é incontinente, mas chegou ou está perto da menopausa, é importante o trabalho desses músculos como prevenção da incontinência urinária, dos prolápsos genitais e manutenção do desempenho sexual satisfatório.

A função dos músculos do assoalho pélvico é sustentar os órgãos pélvicos, manter o desempenho sexual, ativar a musculatura estriada periuretral e controlar a pressão intra-abdominal ao atuar sinergicamente com o diafragma e com os músculos abdominais. Além disso esses músculos atuam controlando as instabilidades lombopélvicas, dentro de um contexto postural de equilíbrio e de controle neuromuscular.

Referências
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2017-09-20T17:23:54+00:0020/09/2017|Uncategorized|